quinta-feira, 29 de abril de 2010

A Formiga Desmotivada

A Formiguinha desmotivada

(Quem tem ouvidos ouça...)

Todos os dias, a formiga chegava cedinho ao seu setor e desatava a
trabalhar. Produzia muito e era feliz.
O gerente, o leão, estranhou que a formiga trabalhasse sem supervisão.
Se ela produzia tanto sem supervisão, quanto mais não produziria se fosse
supervisionada?
Contratou uma barata, que tinha muita experiência como supervisora e fazia
belíssimos relatórios.
A primeira preocupação da barata foi a de estabelecer um horário para
entrada e saída da formiga.
Na seqüência, a barata precisou de uma secretária para a ajudar a preparar
os relatórios e contratou uma aranha que além do mais, organizava os
arquivos e controlava as ligações telefônicas.
O leão ficou encantado com os relatórios da barata e pediu também gráficos
com índices de produção e análise de tendências, que eram mostrados em
reuniões chatas, prolongadas e que não levavam a nada…
Foi então que a barata comprou um computador e uma impressora laser e
admitiu a mosca para gerir o departamento de informática.
A formiga, de produtiva e feliz, passou a lamentar-se com todo aquele
universo de papéis e reuniões que lhe consumiam o tempo e comprometiam
toda a produção. Porém, quando tentou falar não foi ouvida.
O leão concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área
onde a formiga operária trabalhava.
O cargo foi dado a uma cigarra, cuja primeira medida foi comprar um
carpete e uma cadeira ortopédica para o seu gabinete.
A nova gestora, a cigarra, precisou ainda de computador e de uma
assistente (que trouxe do seu anterior emprego) para ajudá-la na
preparação de um plano estratégico de otimização do trabalho e no controle
do orçamento para a área onde trabalhava a formiga, que já não cantarolava
mais e cada dia se mostrava mais enfadada.
Foi nessa altura que a cigarra, convenceu o gerente, o leão, da
necessidade de fazer um estudo climático do ambiente.
Ao considerar as disponibilidades, o leão deu-se conta de que a Unidade em
que a formiga trabalhava já não rendia como antes;
E contratou a coruja, uma prestigiada consultora, muito famosa, para que
fizesse um diagnóstico e sugerisse soluções.
A coruja permaneceu três meses nos escritórios e fez um extenso relatório,
em vários volumes que concluía :
"Há muita gente nesta empresa".
Adivinhem quem o leão começou por despedir?
A formiga, claro, porque "andava muito desmotivada e aborrecida".

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sábado, 24 de abril de 2010

Circulando na web...

Vejam o email que recebi de um amigo, só de pensar já me dá arrepio:

"Será os impossíveis?" Lembrem-se do NUNCA ANTES NESTE PAÍS, HEIN?        Zummm...Uma mosca zumbideira zumbizou em meu ouvido um zunzunzum que... de novo campeia nos corredores do Planalto: dizem que o presidente Lula anda desacorçoado com o desempenho de sua pupila na campanha. A continuar assim periga dela naufragar já no primeiro turno! Daí que...poderia estar sendo articulado um plano B,  uma manobra salvadora para os petistas: Lula renunciaria a seu cargo para se lançar candidato a vice de Dilma, e assim poder acompanhá-la em tudo que é palanque . Creem os "grandes pensadores" do PT que com esta alavancada  Dilma obterá os votos suficientes para eleger-se presidenta .Mas a estória não termina aí!  Depois de eleita, Dilma cumpriria um breve estágio, e em seguida renunciaria por motivo de saúde...afinal já houve um "histórico" de enfermidade, não é? E assim, Lula assumiria legalmente a presidência  e poderia ficar mais 8...OITO ANOS!     A mosca zumbideira  arremata o zunzunzum com este raciocínio mais do que lógico: zummm....veja bem você...todas as peças se encaixam quando  lembramos que Alencar desistiu de concorrer ao Senado e Meirelles aceitou permanecer no Banco Central, ambos abrindo mão de projetos pessoais e à troco de que? De nada? Agora confira:  os artigos constitucionais que tratam da eleição não impedem que o presidente se candidate a vice, desde que se afaste do cargo seis meses antes do pleito. Pelo menos é isso que se entende da Constituição nos parágrafos 5 e 6 do Artigo 14, que trata dos direitos políticos.     Portanto, se for para acontecer esta trampa...está para estourar, pois de maio a outubro são exatamente 6 meses...    Seria a concretização do sonho petista do terceiro e até do quarto mandato, claro, sempre respeitando a Constituição....à moda democrática do PT
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terça-feira, 20 de abril de 2010

45 atitudes que fazem a diferença

Escrito por Regina Brett, 90 anos de idade, em The Plain Dealer, Cleveland , Ohio

"Para celebrar o meu envelhecimento, certo dia eu escrevi as 45 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais solicitada que eu já escrevi."    
- Meu hodômetro passou dos 90 em agosto,  portanto  aqui vai a coluna mais uma vez: 
   
1. A vida não é justa, mas ainda é boa.  
 
2. Quando estiver em dúvida, dê somente, o próximo passo, pequeno .
 
3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém.  

4. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiares cuidarão. Permaneça em contato.  

5. Pague mensalmente seus cartões de crédito.  

6. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar.

7. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho.  

8. É bom ficar bravo com Deus. Ele pode suportar isso.  

9. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário.
 
10. Quanto a chocolate, é inútil resistir.  

11. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente.  

12. É bom deixar suas crianças verem que você chora.  

13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que é a jornada deles.  

14. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele.  

15. Tudo pode mudar num piscar de olhos. Mas não se preocupe; Deus nunca pisca.  

16. Respire fundo. Isso acalma a mente.  

17. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre.  

18. Qualquer coisa que não o matar o tornará realmente mais forte.  
 
19. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e
ninguém mais.  

20. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta.  

21. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use lingerie chic.  Não guarde isto para uma ocasião especial. Hoje é especial.  

22. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo.

23. Seja excêntrica agora. Não espere pela velhice para vestir  roxo.      

24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.  

25. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você..  
 
26. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras 'Em cinco anos, isto importará?'  

27. Sempre escolha a vida.  

28. Perdoe tudo de todo mundo.

29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.  

30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo.  

31. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará.

32. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso.  

33. Acredite em milagres.  

34. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez.  

35. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora.  

36. Envelhecer ganha da alternativa -- morrer jovem.  

37. Suas crianças têm apenas uma infância.  

38. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou.  
 
39. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares.  

40. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos  nossos mesmos problemas de volta.

41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.  

42. O melhor ainda está por vir.  
 
43. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça.  

44. Produza!
 
45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Os evangélicos ,os políticos e as eleições! I – Introdução

Essa será uma série de pequenos artigos falando sobre esse tema. Sem a pretensão de ser um tratado de sociologia da religião ou de política, apenas espero refletir sobre o tema e interagir com os leitores.

A cada ano eleitoral, percebemos uma agitação cada vez maior no meio cristão evangélico. Poucos são aqueles que permanecem à margem desse processo não se envolvendo de forma direta.
Contudo esse envolvimento é em parte pautado por interesses pontuais e não ideológicos.
Mesmo alguns parlamentares e candidatos (a minoria) estão filiados a partidos mais pela facilidade em se obter a legenda ou serem eleitos a reboque dos chamados “puxadores de votos” e votos de legenda do que por sua identificação com a ideologia do partido. Isso sem falar dos partidos de aluguel.
Quero dizer que, se dentro de muitos partidos a ideologia foi deixada em segundo plano o que se pode esperar do eleitor ou de determinado segmento.
No caso dos evangélicos não é muito diferente, vamos encontrar cristãos sinceros e que, de forma paralela, também militam politicamente, seja em partidos de esquerda, centro ou direita. Dentro desse universo existem ainda os que acham que isso não deve sequer ser nominado no seio da igreja e aqueles que querem tirar proveito dessa situação fazendo de sua comunidade um curral eleitoral. O voto de cabresto ainda existe, por incrível que pareça, talvez não tanto quanto alguns líderes tentam transmitir ao candidato, mas ainda existe sim, presente em determinados segmentos que detalharemos em outro momento.
Seja como for, não devemos subestimar o potencial de influência dos líderes, alguns mais outros menos.
Nesse último caso me preocupam as técnicas comumente utilizadas de deificação de um candidato e demonização de outro para convencer os fiéis mediante uma linguagem que lhes é familiar.
O crescimento expressivo dos evangélicos nas últimas décadas conforme dados do IBGE e da SEPAL, indicam um crescimento de 7,43% acima do vegetativo. Sem querer especular sobre quando essa população se tornará maioria, apenas quero chamar a atenção para o que ela representa em termos de eleitores. Estima-se hoje que o percentual de evangélicos esteja acima dos 25% da população Brasileira.
Se tomarmos como base 192.802.560 a estimativa de população do Brasil (popclock do IBGE 19/04/2010 as 11h50) temos 48.200.640 pessoas representando um segmento, isso é mais do que a população da África do Sul ou Argentina por exemplo.
Fica claro o “por que” de tanto esforço em se conquistar o voto evangélico.

domingo, 18 de abril de 2010

José Serra em entrevista a Revista Veja

“O povo quer estudo, boa saúde e emprego”



Da Veja:
Aos 68 anos de idade, o economista e ex-deputado, ex-senador, ex-prefeito e ex-governador de São Paulo José Serra parte para a sua segunda tentativa de chegar à Presidência da República.
A VEJA, ele falou dos motivos que o levaram a candidatar-se e do país que sonha em construir, caso vença: em síntese, um país que ofereça às pessoas oportunidade de crescimento.
Oportunidade que, no caso dele, poderia ter faltado não fossem os esforços do pai, comerciante. “Ele carregava caixas de frutas no Mercado Municipal para que um dia eu pudesse carregar caixas de livros”, diz.
Foi na sala que abriga alguns deles, parte de uma biblioteca pessoal de 10.000 volumes, que José Serra concedeu a seguinte entrevista. (Foto de Paulo Vitale)
Por que o senhor quer ser presidente da República?
Porque eu creio que o Brasil pode avançar mais, o Brasil pode mais, e eu me sinto preparado para isso. Eu me preparei a vida inteira para ser presidente.
O senhor sempre teve vontade de ser presidente?
Evidentemente, ser ou não presidente não é uma escolha sua, não depende apenas de uma decisão. Mas, desde a primeira adolescência, sempre tive vontade de me envolver na vida pública. Eu me lembro de um episódio curioso – e não quero aqui parecer pretensioso. Na 4a série do ginásio, eu tinha um professor de latim que se incomodava e, ao mesmo tempo, se divertia com o fato de eu ser muito barulhento nas aulas.
Um dia, ele olhou para mim e disse aos colegas: “Esse aqui, o senhor Serra, vai ser político no futuro, e ele é quem vai mandar. Ele vai mandar em todos vocês aqui”. Eu tinha uns 14 anos. Os colegas, claro, ficaram me caçoando, e eu mesmo fiquei embaraçado. Mas o fato é que foi uma observação que eu guardei para o resto da vida.
Desde que o senhor entrou para a vida pública, há alguma convicção que a experiência tenha modificado?
A minha experiência de governo, nos vários governos, me possibilitou conhecer o essencial de diversas áreas e também me ajudou a entender por que, algumas vezes, as coisas não acontecem. Por exemplo: se você deixar a rédea solta, elas não acontecem.
O senhor tem fama de centralizador. De onde ela vem?
Ela é errada. Uma coisa que eu aprendi ao longo das minhas experiências foi descentralizar: formar boas equipes, permitir que os diferentes integrantes tenham liberdade para trabalhar na formação das suas próprias subequipes e também evitar antagonismos. Para mim, é inconcebível a ideia de colocar um sujeito que pensa “x” e trazer outro que pensa “y” para, nessa divisão, eu arbitrar. Isso não existe comigo.
Mas eu cobro muito, até porque tenho uma memória praticamente impecável em matéria de ações, de trabalho. E o computador acrescentou uma agilidade à cobrança que antes não dava para ter. Quando eu era ministro da Saúde, durante a noite eu escrevia bilhetes, a mão mesmo, com cobranças para A, B e C. No fim, dava um volume que tinha de ir dentro de uma caixa. Eu grampeava tudo, mandava para a secretária, e ela despachava. Hoje, com o e-mail, você escreve a um secretário: “E aí?”. Ou: “E a ciclovia?”, por exemplo. Com três palavras você se faz entender. Basta mandar um e-mail desses dia sim, dia não para que, dessa forma, as coisas andem.
Como o senhor pretende orientar a formação de sua equipe ministerial, caso seja eleito?
Eu consegui, na prefeitura e no estado, formar equipes sem indicações de vereadores, de deputados ou de partidos. As pessoas que vieram de outros partidos foram pessoas escolhidas por mim. Não existe isso de “tal setor nomeia tal cargo”. Essa vai ser a orientação. Não é que não vai ter político, mas tem de ser um político apto para aquela função.
E como, então, o senhor fará o jogo político? Como fará para ter uma base forte no Congresso?
Através do Orçamento. Ao contrário do que se acredita, 90% das emendas que os parlamentares apresentam são boas. E você pode inclusive orientar. Dizer, por exemplo: “Quem fizer emendas para concluir obras terá prioridade sobre os que fizerem emendas para começar obras”. Isso funciona, porque o que o parlamentar quer é aprovar a emenda e satisfazer sua base eleitoral. Não é só no Brasil que é assim, é no mundo inteiro – até nos países mais arrumadinhos.
E esse é o melhor caminho para formar a unidade com o Legislativo. Outra coisa importante: nenhum grupo de deputados nomeia diretor de empresa pública. Nenhum. Isso porque, para um deputado, a pior coisa que pode acontecer não é ele não nomear: é o outro nomear e ele não. Tem de ter isonomia.

Foto Lunaé Parracho/Ag. A Tarde /O Globo
Quais serão suas prioridades na economia?
Eu tenho claríssima a prioridade que deve ser dada à área produtiva, à indústria. Até algum tempo atrás, vigorou o pensamento de que se deveria estimular só o setor de serviços. Isso é uma bobagem. O Brasil não pode voltar a ser uma economia primária exportadora. Isso não criaria empregos para 200 milhões de pessoas.
Por que os banqueiros gostam de falar mal do senhor?
Se falam, não chegou a mim. Eu acho que é importante para o Brasil ter um sistema financeiro sólido, e batalhei muito por isso. Na Constituinte, havia propostas de proibir bancos com capital estrangeiro de operar no Brasil e até de proibir bancos nacionais – ou seja, queriam liberar apenas os bancos locais.
Eu ajudei a derrubar as duas propostas. E estava no governo quando foi feito o Proer, que realmente deu solidez ao sistema financeiro – solidez que permitiu, inclusive,
o enfrentamento da crise atual. Agora, quanto a custos, taxas de juros, essas são questões operacionais de um governo.
E aí eu tenho uma visão de que é essencial para o Brasil ter um sistema financeiro que empreste bastante, e empreste a custos suportáveis para as pessoas e para a área privada. Isso é uma meta. Em suma, quero dizer o seguinte: como ajudei a erguer a mesa, jamais a viraria. As pessoas do sistema financeiro que realmente me conhecem sabem disso.
O senhor, caso seja eleito, vai encontrar um Brasil que avançou na área social, mas que ainda tem carências sérias…
Eu acho que o Brasil avançou muito nos últimos 25 anos. Nós afirmamos uma democracia de massas, com uma Constituição que pode ter os seus problemas, mas que enfatizou como nunca as liberdades civis e políticas. Conseguimos acabar com a superinflação, avançar no combate à pobreza, consolidar o SUS, a inclusão educacional e até retomar o crescimento econômico.
Não foi um desempenho brilhante, se você o comparar com o da Índia ou o da China, mas foi um desempenho razoável em relação ao dos países desenvolvidos. Agora, isso significa que as coisas estão resolvidas? Não. No que se refere ao crescimento, nós precisamos de infraestrutura. As carências nessa área são dramáticas e representam um gargalo para o nosso desenvolvimento.
E do ponto de vista da economia?
Há, nesse sentido, um desequilíbrio externo que vem se agravando pelo lado da balança comercial e do déficit em conta-corrente. Claro, nós temos reservas e temos tido entrada de capital, mas nove entre dez economistas se preocupariam com esse crescimento rápido do déficit externo. A eficiência da ação governamental, ou seja, a capacidade de fixar metas e de cumpri-las, é outro dado que preocupa. Ela ainda é baixa no Brasil.
O grande loteamento político que foi feito resultou no aparelhamento de toda a esfera do setor público. Em relação às áreas sociais, há uma necessidade desesperada de avançar no campo educacional, no campo da saúde, que semiestagnou, e no campo da segurança – uma área em que, indiscutivelmente, o governo federal tem de se envolver mais. Até porque boa parte do crime organizado no
Brasil se alimenta de armas e drogas que vêm sob a forma de contrabando, e combater isso é uma tarefa essencialmente federal.
No governo estadual, o senhor conseguiu aumentar o investimento e reduzir a relação entre a dívida e a receita, sem elevar impostos. E no governo federal, dá para aplicar a mesma receita?
Não só dá como será feito. O enfrentamento dessa questão se dá, como se deu em São Paulo, pelo aumento da arrecadação via combate à sonegação, e não pelo aumento da carga nominal de impostos. O corte de custos e de desperdícios aqui também teve um papel imenso.
Como é possível cortar gastos no governo federal?
Você revisa o preço de todos os contratos, para começo de conversa. Mas é preciso também ter novas formas de gestão. É crucial introduzir o fator mérito nas remunerações, por exemplo. Isso tem dado certo em São Paulo. A ideia geral é cortar desperdícios, reduzir custos e selecionar
as prioridades. Com isso, você faz mais e melhores investimentos.
O PT tentará transformar esta eleição numa comparação dos governos Lula e Fernando Henrique. Como o senhor vê essa estratégia?
Eu acho que a eleição tem a ver com o futuro, não com o passado. É assim que a população vai julgar. De toda forma, o governo FHC acabou, e agora será julgado pelos historiadores. Assim como os governos anteriores. Assim como o de Lula será julgado um dia, quando o peso do poder dele não mais puder interferir. E aí veremos o que a história dirá de cada um. É espantosa a quantidade de energia que o PT gasta para falar mal do Fernando Henrique. Quando são aliados deles, como o Sarney e o Collor, só elogiam. Quando são adversários, atacam sem limites. Ou seja, não é uma avaliação honesta. É enviesada. Eu fui ministro de FHC e fui aprovado na função. Tanto que depois disso me elegi prefeito de São Paulo e governador de São Paulo. Agora, todos sabem que eu não sou FHC, sou José Serra. Isso parece incomodar o PT, mas é a realidade.
E quanto à reeleição?
O senhor é mesmo contrário a ela? Eu sou contrário. A minha proposta de reforma política incluirá o fim da reeleição no Brasil.
Qual será a prioridade zero do seu governo?
A essência do governo, como orientação para o Brasil, precisa ser a de oferecer uma maior abertura de oportunidades para a população. O povo brasileiro quer é ter oportunidade na vida: estudo, boa saúde, emprego para os jovens, acesso a bens culturais e de lazer. Nasci e fui criado num bairro operário de São Paulo. Eu me lembro de todos os meus amigos, de criancinha ou de adolescente, que não puderam estudar porque tinham de sustentar a família, ou que não tinham ambiente familiar porque o pai era alcoólatra ou eles tinham muitos irmãos…
Por que eu consegui estudar e chegar ao que sou, estudando em escola pública? A explicação é muito simples: porque eu era filho único. Se eu tivesse quatro irmãos, como a maioria, quando chegasse ao ginásio, teria de trabalhar para eles poderem ir à escola. Então, o que o povo brasileiro quer não é muito, é oportunidade.
Qual seria a frase que o definiria?
“Na vida, ninguém fracassa tanto quanto acredita nem tem todo o sucesso que imagina”, de Joseph Rudyard Kipling, via Jorge Luis Borges. Trata-se de uma reflexão que levo muito em conta – minha vida, aliás, é uma ilustração disso. Tê-la em mente permite que sejamos mais humildes nas vitórias e mais altivos nas derrotas. E há uma frase que complementa essa: “O único limite às nossas realizações futuras são as nossas dúvidas no presente. Vamos adiante com fé”, do presidente americano Franklin Delano Roosevelt. Para mim, a política não é a arte do possível, mas a arte de ampliar os limites conhecidos do possível.

Extraido de http://www.amigosdoserra.com.br/serra-eu-me-preparei-a-vida-inteira-para-ser-presidente/?ctg=Pol%C3%ADtica