domingo, 25 de dezembro de 2011

Deus Conosco

Mais do que adorar o menino Jesus como divindade dos cristãos, o Natal nos convida à celebração do significado do advento Cristo: Deus conosco 

O mundo ocidental se aproxima cada vez mais da Atenas pagã dos primeiros anos da era chamada cristã (Atos 17.16-34). Multiplicam-se deuses, mas resta um altar ao "Deus Desconhecido". Seria o altar justificado por superstição ou medo de alguma divindade ofendida por lhe faltarem homenagens?

Quem sabe, reverência nostálgica a um deus que acabou empoeirado entre ideias que se foram tornando inúteis. Ou ainda a sensação de que devesse existir um deus ainda desconhecido a vir preencher esse buraco ôntico que carregamos no peito, que Dostoiévski chamava de "vazio do tamanho de Deus".

Os atenienses não podiam abafar esse grito por um deus de verdade. O coração humano sussurra de contínuo uma prece ao "Deus Desconhecido", como a que Friedrich Nietzsche teria feito na juventude: 

"...elevo, só, minhas mãos a Ti na direção de quem eu fujo. A Ti, das profundezas de meu coração, tenho dedicado altares festivos para que, em cada momento, Tua voz me pudesse chamar. Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras: 'Ao Deus desconhecido'. Seu, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrílegos. Seu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo. Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-lo. Eu quero Te conhecer, desconhecido." 

São Paulo, apóstolo, visita Atenas e discursa dizendo conhecer o "Deus Desconhecido", que apresenta como o "Deus que fez o mundo... e não habita em santuários feitos por mãos humanas, e está além da imaginação do homem", tanto quanto pode estar um Deus encarnado, morto e ressurreto.

Sendo verdade o que os cristãos celebram no Natal, que Deus veio ao mundo e encarnou em Jesus desde o ventre de uma virgem que concebeu pelo Espírito Santo, temos um paradoxo: a verdade religiosa cristã implica ao mesmo tempo a abolição de qualquer religião, e também o congraçamento entre todas elas. Para ser Deus, há que ser suprarreligioso. Mas, para ser reconhecido, deve se fazer presente em um lócus visível, de revelação.

Por isso se diz que Deus se mostra definitivo em Jesus, o Cristo, resposta ao anseio do coração humano pelo "Deus Desconhecido".

No Natal, Deus é redimido da especulação metafísica dos gregos, e também liberto da covardia dos religiosos que o confinaram aos templos, dogmas, rituais e tabus. O Deus encarnado em Belém se revela nas relações de afeto: "Ninguém jamais viu a Deus; se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor está aperfeiçoado em nós", disse são João, apóstolo.

Mais do que adorar o menino Jesus como divindade dos cristãos, o Natal nos convida à celebração do significado do advento Cristo: "Deus conosco", conforme os profetas hebreus, e portanto "Deus sem véu". Deus agora conhecido.

Deus que se manifesta como amor: compaixão, misericórdia, graça, solidariedade, justiça e paz. Deus, alegria dos homens. Deus a convidar todas as famílias da terra, de toda raça, tribo, língua e nação para a festa da comunhão e da fraternidade universal.

ED RENÉ KIVITZ, teólogo, mestre em ciências da religião, é pastor da Igreja Batista de Água Branca, São Paulo. 
Publicado na Folha de São Paulo / Tendências e Debates - 25/12/2011

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Como se coloca o problema de Deus hoje



Hoje o tema de Deus está em alta. Alguns em nome da ciência pretendem negar sua existência como o biólogo Richard Dawkins com seu livro Deus, um delírio (São Paulo 2007). Outros como o Diretor do Projeto Genoma, Francis Collins com o sugestivo título A linguagem de Deus (São Paulo 2007) apresentam as boas razões da fé em sua existência. E há outros no mercado como os de C.Hitchens e S.Harris.
No meu modo de ver, todos estes questionamentos laboram num equívoco epistemológico de base que é o de quererem plantar Deus e a religião no âmbito da razão.
O lugar natural da religião não está na razão, mas na emoção profunda, no sentimento oceânico, naquela esfera onde emergem os valores e as utopias. Bem dizia Blaise Pascal, no começo da modernidade: “é o coração que sente Deus, não a razão” (Pensées frag. 277). Crer em Deus não é pensar Deus, mas sentir Deus a partir da totalidade do ser.
Rubem Alves em seu Enigma da Religião (1975) diz com acerto: “A intenção da religião não é explicar o mundo. Ela nasce, justamente, do protesto contra este mundo descrito e explicado pela ciência. A religião, ao contrário, é a voz de uma consciência que não pode encontrar descanso no mundo tal qual ele é, e que tem como seu projeto transcendê-lo”.
O que transcende este mundo em direção a um maior e melhor é a utopia, a fantasia e o desejo. Estas realidades que foram postas de lado pelo saber científico voltaram a ganhar crédito e foram resgatadas pelo pensamento mais radical inclusive de cunho marxista como em Ernst Bloch e Lucien Goldman. O que subjaz a este processo é a consciência de que pertence também ao real o potencial, o virtual, aquilo que ainda não é, mas pode ser. Por isso, a utopia não se opõe à realidade. É expressão de sua dimensão potencial latente.
A religião e a fé em Deus vivem desse ideal e desta utopia. Por isso, onde há religião há sempre esperança, projeção de futuro, promessa de salvação e de vida sem fim. Elas são inalcançáveis pela simples razão técnico-científica que é uma razão encurtada porque se limita aos dados sempre limitados. Quando se restringe apenas a essa modalidade, se transforma numa razão míope como se nota em Dawkins. Se o real inclui o potencial, então com mais razão o ser humano, cheio de ilimitadas potencialidades. Ele, na verdade, é um ser utópico. Nunca está pronto, mas sempre em gênese, construindo sua existência a partir de seus ideais, utopias e sonhos. Em nome deles mostrou o melhor de si mesmo.
É deste transfundo que podemos recolocar o problema de Deus de forma sensata. A palavra-chave é abertura. O ser humano mostra três aberturas fundamentais: ao mundo transformando-o, ao outro se comunicando, ao Todo, captando seu caráter infinito, quer dizer, sem limites.
Sua condition humaine o faz sentir-se portador de um desejo infinito e de utopias últimas. Seu drama reside no fato de que não encontra no mundo real nenhum objeto que lhe seja adequado. Quer o infinito e só encontra finitos. Surge então uma angústia que nenhum psicanalista pode curar. É daqui que emerge o tema Deus. Deus é o nome, entre tantos, que damos para o obscuro objeto de nosso desejo, aquele sempre maior que está para além de qualquer horizonte.
Este caminho pode, quem sabe, nos levar à experiência do cor inquietum de Santo Agostinho: “meu coração inquieto não descansará enquanto não repousar em ti”.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Missões na "cracolândia" projeto Cristolândia

Veja a entrevista do Missionário Humberto Machado, da Junta de Missões Nacionais da Igreja Batista na Rede Vida sobre a Cracolândia 




quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Pr Ariovaldo Ramos recebe o Prêmio Santo Dias de Direitos Humanos


Me desculpem a qualidade do áudio, mas quero deixar registrada, a importância desse prêmio e a relevância da participação de parte do segmento evangélico nas questões sociais desse país.


"...só teremos uma nação, quando o direito de todos os seres humanos, for garantido..." 
Ariovaldo Ramos (time 1,23-1,37)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Convite do Pr Jonathan para Congresso Nacional de Evangelização no SERTÃO NORDESTINO


CONGRESSO NACIONAL DE EVANGELIZAÇÃO DO SERTÃO NORDESTINO


ALIANÇA CRISTÃ EVANGÉLICA
E O CONGRESSO NACIONAL DE EVANGELIZAÇÃO
DO SERTÃO NORDESTINO

ALIANÇA CRISTÃ EVANGÉLICA reuniu-se em Brasília nesta última semana, congregando lideres de várias denominações, missões e instituições evangélicas em geral. Uma excelente manifestação da unidade do Corpo de Cristo no Brasil.

Tive o privilégio de falar aos líderes presentes nessa reunião, sobre o Congresso Nacional de Evangelização do Sertão Nordestino, a ser realizado em Juazeiro do Norte, Ceará, nos dias 19 a 24 de março de 2012.
A receptividade foi ótima. A esperança é que esses líderes consigam participar do Congresso, ou enviar delegados de suas igrejas ou organizações.


O Congresso Nacional de Evangelização do Sertão Nordestino estará lançando o Movimento Nacional de Evangelização do Sertão Nordestino, que é um projeto de 10 anos (2012-2022), e que tem como objetivo a mobilização das diferentes denominações e organizações evangélicas de todo o Brasil para a evangelização da população do Sertão Nordestino.


ALIANÇA CRISTÃ EVANGÉLICA tem como visão manifestar a unidade da Igreja através do testemunho visível de amor e serviço.
Sua missão é ser uma parceria de igrejas e organizações e congregar seguidores do Senhor e Salvador Jesus Cristo como expressão da unidade da Igreja.
Entre os seus objetivos, destacamos este: Potencializar ações e facilitar parcerias em áreas da vida da Igreja, tais como evangelização e ação social, ação pastoral, reflexão teológica, diaconia, direitos humanos, capelania, ações missionárias e de intercessão.
O CONGRESSO NACIONAL e o MOVIMENTO NACIONAL DE EVANGELIZAÇÃO DO SERTÃO NORDESTINO podem tornar-se uma expressão ativa e dinâmica desses alvos e objetivos da ALIANÇA CRISTÃ EVANGÉLICA.
Isto dependerá em grande parte do apoio e cooperação que recebermos da liderança evangélica brasileira. Por isto, pedimos a todos que nos ajudem a fazer do MOVIMENTO NACIONAL uma força que irá fortalecer a unidade do Corpo de Cristo no Brasil.

Pastor Jonathan
Dezembro/2011


Informações, acesse o site: 

http://congressosertaonordestino.com.br/